terça-feira, 20 de julho de 2010

"Mulher bonita? mas vai trabalhar no Shopping!"

Depois de um final de semana chuvoso e desanimado regado a muito trago, certamente na terça seria um dia ensolarado. Certamente, pois estou trabalhando, logo, não aproveitei nenhum raio de sol. Mas tudo bem, pensei que não teria mais vontade de escrever depois que tivesse curado a minha dor de cotovelo, mas não é que to aqui. Tudo bem, eu vou falar mal dos homens, mas uma coisa não está ligada diretamente a outra... não diretamente, psiiiii

É sério, hoje eu poderia escrever sobre qualquer coisa, exemplos... acordei as 7h pra comprar o Ingresso do Show do Jorge Drexler, finalmente confirmei minha viagem, quinta tem função com as gurias, enfim, tinha assunto. Mas é inevitavel não falar mal dos homens depois de ter ouvido isso: "Mulher bonita? mas vai trabalhar no Shopping!"

Eu olhei, franzi a testa com incredulidade e segui pra perereca ( perereca é o apelido carinhoso que dou para o arquivo onde trabalho, pois é um lugar, frio, úmido, escuro...).

Essa é uma das típicas frases que na hora tu fica pensando, mas da onde surgi?? Putz... Porque eles tem essa teimosia em minimizar o potencial feminino? Como se só mulher bonita pudesse trabalhar no Shopping ou mulher bonita tem que servir de vitrine pros homens ficarem admirando.

Fiquei puta com a frase, mas não to na pilha de ficar citando as inúmeras capacidades das mulheres, ou das profissões em que se destacam bla bla...

A primeira coisa que pensei foi, "mas quem será a mulher desse otário?" se é que ele tem uma.

Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.

Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta!
(Luís Fernando Veríssimo)





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