quarta-feira, 26 de setembro de 2012

"Nunca te esqueço, sabe que sou um contador de histórias né? nos bares e vidas sempre conto a nossa!!"

terça-feira, 14 de agosto de 2012

De Bonitinha, mas ordinária (Nelson Rodrigues)


Velha (como uma louca)
- Meu marido estava morrendo. Eu era mocinha. E adorava meu marido. Foi meu único amor. Estava morrendo. De câncer. Câncer no sangue. No quarto, eu caí com ataque. Meu primo, que aprendia judô, me carregou no colo. Meu marido já estava com o cheiro da morte. Eu chorava, gritava. Meu primo me levou para o quarto do lado. E, de repente, eu tive vontade de trair. Trair o homem que amava. Trair antes que ele morresse. Fui eu que beijei meu primo na boca! Eu! Enquanto meu marido morria, eu mesma puxava com as duas mãos o decote! Abria, assim, o decote!"

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ele sabe o tema do teu TCC
Ele sempre acha o teu óculos quando tu perde
Ele tapa as tuas costas quando tu finge estar dormindo
Ele te encontra quando está perdida


Ele não é teu orientador, teu oftalmo, teu pai, nem teu GPS.

quarta-feira, 21 de março de 2012

"Mania de esperar que as coisas sejam dum jeito determinado, por isso a gente se decepciona e sofre." (C.F.A)


Acho que a vida anda passando a mão em mim.
Acho que a vida anda pasando.
Acho que a vida anda.
Em mim a vida anda.
Acho que há vida em mim.
A vida em mim anda passando.
Acho que a vida anda passando a mão em  mim

Por falar em sexo quem anda me comendo
É o tempo.
Na verdade faz tempo, mas eu escondia,
Porque ele me pegava à força e por trás.

Um dia resolvi encará-lo de frente e disse:
Tempo, se você tem que me comer
Que seja com o meu consentimento.
E me olhando nos olhos.

Acho que ganhei o tempo.
De lá pra cá ele tem sido bom comigo.
Dizem que ando até remoçando.

(Viviane Mosé em Pensamento Chão, 2007)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

El poeta pide paso

No tengo paciencia para construir um cuento.En seguida me commuevo y lloro com su devenir.
Y luego recojo la palabra
o quedo riéndome como un loco de la recolección.
Entonces pongo la palabra delante de la expectativa
o cuento todo antes del fin.
Luego escribo un poema.
Pero me hace falta aquel momento del cuento
en qye la trama está armada,
los rastros están con todo su carisma
y el automóvil avanza en la ruta,
en la lluvia y en la melodia.
cuando llegues a ese momento.
¿me dejarás entrar en tu cuento?
Celso gutfreind

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sobras e restos

sobra: omissão insegurança descompasso vontade de se dar de receber
falta: completude comunicação compartilhamento carinho disponibilidade
resta: querer ficar paixão crer recomeçar



"Não compreendo a educação, o pudor, o medo de incomodar, o receio de colocar quem a gente ama na parede. Eu emparedo desde o princípio e fuzilo: ficará comigo?
É o modo mais sadio para não se enredar no jogo dos amantes e na duplicidade da infidelidade."

Consultório Poético. http://carpinejar.blogspot.com/search/label/Consult%C3%B3rio%20Po%C3%A9tico

terça-feira, 24 de maio de 2011

não é tpm...

Vontade de chorar sem motivo
Sufocamento, de gritar, sair correndo

Olhar pro nada procurando alguma coisa que não sei
Querer ir não sei pra onde nem com quem


Não tenho motivos, mas dói
Quero chorar e sumir no infinito sozinha




"Ele andava tristonho
Guardando um segredo
Chegava e saía
Comer não comia
E só bebia
Cadê a paz
Tanto que deu pra pensar
Que poderia haver outro amor
Na vida do nego
Pra desassossego
E nada mais"
Paulinho da Viola

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fluir

Ela tenta não pensar em sexo
nos homens pontudos
nas mulheres macias
mas o sexo a persegue
está na ponta da caneta
acariciando este poema.


Ivone Vebber

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Junto



"Eu tô te explicando pra te confundir

Tô te confundindo pra te esclarecer

Tô iluminado pra poder cegar
Tô ficando cego pra poder guiar"
 Tom Zé




Quando um trauma é superado tudo faz sentido.
O medo foi embora e os desejos reprimidos vieram a tona.
Eu me basto, mas tudo fica tão melhor quando sei que te tenho.
Eu te prefiro a milhares. Teu toque, teu gosto, teu cheiro, tua respiração, teu cuidado.
Não preciso mais de seis mãos, três bocas, noites esporádicas. Tu me basta. Sem hora marcada.

O fato é, contradisse a todas as minhas crendices... 
Impulsividade foi o resultado, mas não me arrependo. 
Vivo todos os dias sem medo.
Não me amolem....
Sou contradição.




Eu vou à cidade hoje à tarde
Tomar um chá de realidade e aventura...

Não mais aquela paúra
De ser encarcerada pra ficar segura...

Levar a dura de cada dia
Sair da minha laia, chegar na sua

Paula Toller

terça-feira, 1 de março de 2011

Descompasso

O desejo anda sempre em descompasso com a solidez?
Os touros apreciam terra firme, mas ao mesmo tempo o aconchego de um corpo quente, e quando encontra não consegue distinguir os sentimentos que vem a tona.
Meu desejo sempre vem com força, muito perco o controle, mas na mesma rapidez e intensidade que surge se vai.
A desconfiança sempre entra sem bater, e a resistência não resiste em ficar, e fica, e vem ficando. 
Muito desejei uma ilusão, sublimar os questionamentos e intensificar o estado de entrega, fazer permanecer, mas aí, sempre me encontro no meio termo, sempre entre o sim e o não sem revelação.
Jamais darei uma resposta tão concreta sobre esse turbilhão, não por maldade, mas talvez, por conforto de estar na zona de segurança, da minha segurança.
Nada quero pontuar com ponto final.... nem consigo

"louco amor, 
perdido amor,
 que mistério tem teus passos que sigo em descompasso..."

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Longevidade

Twitter
Facebook
Orkut
Gmail
MSN
Ondas de rádio
Sinal de fumaça...
Nenhuma tecnologia.
Só te encontro dentro de mim.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mas então, paixão...

Nada de destino, a situação mais improvável e ridícula, encontro sucedido de uma grosseria. Ser ignorada foi o suficiente para querer decifrar a carranca.
Pacato, sem ação, enigmático de dar medo, de morrer de vergonha.
Silêncio mútuo, nem bem desperto e já foi.

Ouvir mil vezes o teu nome, e nem dar bola, até saber que esse nome, o teu nome,  vai ser a unica coisa que vai importar nos próximos 7 dias até tu ligar.
Espero.... Espero... 8 horas, 3 dias, 5 dias,  7 dias:13 horas:20 minutos:15 segundos...
Todo o resto abstraio, desmarco, falto, desligo o celular, ignoro a bina....

Me supero na arte de te impressionar, seduzir...
Sinto, frio, calor, pavor, tontura.
Lembro de todos os detalhes, os mínimos. Gosto de tudo, exatamente tudo, o bizarro, o inusitado.
Admiro a experiência,  expressão, atitude,  arte,  olfato e o paladar.
Sutilezas e rompantes.
É recíproco? platônico?
Que importa!? dói de qualquer forma, medo de não ter, medo de perder, medo de acabar.
Egoísmo puro.
Nunca procurei, 
muitas nem vi,
 e agora, depois de um dia inteiro desligada do externo, se vier, me transformo no melhor que puder.
Tua existência é luz, riso, complemento. Tudo faz sentido, inspira.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Momento

Tentando evitar o confronto e buscar outro foco
encontro coisas que levantam a poeira dos dias
lembranças
insônia
verdade de nada









"Pedi a vida mais do que ela dava,
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!"
Florbela

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coisa de mulher

A cerveja no balcão do caixa é minha.
Eu pego teu telefone.
Trago de ontem no bar com as gurias.
Uma semana depois e eu não liguei, nem vou ligar.
Eu só queria sexo.
Já paguei a conta.
Direitos iguais!

sábado, 6 de novembro de 2010

Fitinha do Bonfim: eu tinha

"Você já foi à bahia, nega?
Não?
Então vá!"
(Dorival Caymmi)

     Coisa raríssima aconteceu com a minha fitinha do Bonfim,ela arrebentou!! Depois de exatos 1 ano e 8 meses. Ninguém tem paciência pra deixar uma fitinha tanto tempo no braço, por isso resolvi escrever sobre ela.
     
     Sempre tive vontade de conhecer a Bahia, principalmente Salvador, queria  conhecer as minhas origens e as coisas que ouvia sobre Salvador aqui do Sul. Na realidade o que encontrei lá, não foi nada exatamente como eu imaginava, nenhum dos fortes que visitei eram senzalas o mercado modelo não servia para a venda de escravos, não encontrei nenhum museu da consciência negra.... enfim, o que me restou foi colocar uma fitinha do Bonfim e era isso.

   Como segue a tradição? não exatamente, estava longe da Igreja do Bonfim para benzer a fitinha, e não sou católica então achei mais original pedir para um amigo baiano "da gema" colocar a fitinha no meu pulso. Pois bem, ele me disse que cada cor de fita simboliza um Orixá,logo um aspecto que segue: 

BRANCO: paz, muita sabedoria e calma, inocência e pureza.


VERMELHO: É a cor da paixão e do sentimento. Simboliza o amor, desejo, poder, força e energia.
VERDE: Significa vigor, juventude, frescor, esperança e calma. Representa as energias da natureza, da esperança e do recomeço.
VERDE ESCURO: Está associado ao masculino, lembra grandeza, como um oceano. É uma cor que simboliza tudo o que é viril.
AMARELO: A cor amarela é utilizada para ter muito dinheiro e riqueza e representa a sabedoria. Simbolicamente está associado à prosperidade. É também uma cor energética, ativa que transmite otimismo.
LARANJA: Traz sorte para as conquistas pessoais e para as profissionais. É uma cor quente, tal como o amarelo e o vermelho. É pois uma cor ativa que, significa movimento e espontaneidade.
AZUL: Traz segurança, tranqüilidade, harmonia e muita saúde. É a cor do céu, do espírito e do pensamento. Simboliza a lealdade, a fidelidade, a personalidade e subtileza. Simboliza também o ideal e o sonho.
ROSA: Usada para obter felicidade no amor. Significa beleza, saúde, sensualidade e também romantismo.
ROSA CLARO: Está associado ao feminino. Remete para algo amoroso, carinhoso, terno, suave e ao mesmo tempo para uma certa fragilidade e delicadeza. Está ainda associado à compaixão.


     Diz o folclore que ela foi criada em 1809 e era conhecida como “medida do Senhor do Bonfim”, pois media 47 centímetros de comprimento,  exatamente a medida do braço direito da estátua do santo milagroso dos baianos. Era usada no pescoço como um colar, no qual se penduravam medalhas e santinhos, funcionando como uma moeda de troca: ao pagar uma promessa, o fiel carregava uma foto ou uma pequena escultura de cera representando a parte do corpo curada com o auxílio do santo. 
     As tradicionais fitinhas de algodão vendidas ao redor da Igreja já viraram quase raridade: hoje, o "mercado" das fitinhas é dominado pelas feitas com material de poliéster, produzidas em escala industrial feitas para durar. E duram, por vezes, anos. Tantos que quando arrebenta, se arrebentar a pessoa nem lembra mais o que desejou, são três pedidos, um para cada nó, eu não creio muito nisso, mas em toda atmosféra baiana não custa nada tentar.

"Quem vai ao bonfim, minha nega

Nunca mais quer voltar

Muita sorte teve

Muita sorte tem
Muita sorte terá"

 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Não podemos ser felizes sozinhos?

  Machismo é um assunto que está sempre em voga, eu já escrevi sobre isso antes, mas ultimamente tem ocorrido fatos que me fizeram ter vontade de escrever novamente. 
  Porque nos é vendido que a felicidade está intimanente ligada a outra pessoa? Ouvi um comercial hoje que dizia assim: " Quero crescer e ser igual a minha mãe, namorar, desnamorar, casar e ser feliz", tá, ai assisti hoje, Comer, rezar e amar. Julia Roberts interpreta uma escritora que depois de se empanturar na Itália, rezar na India, ela conhece um cara em Bali e é feliz para sempre. Além de tudo isso ouso da dentista: "quando tu tiver teus filhos vai entender porque nos preocupamos".

  A pergunta é a seguinte: Eu aposto que ninguém diz isso pra um homem - "quando tu tiver teus filhos vai entender porque nos preocupamos". E porque a felicidade está sempre ligada a alguém? é claro do sexo oposto que é a solução dos seus problemas. Putz, será que em meio a o caos, uma viagem não pode servir para ter o auto controle, auto-estima e ser feliz com as oportunidades da vida, aproveitar as paixões mas levar isso como pitadas de aventura, ou simplesmente como meros romances, e não ver um fim nisso, se acabar dentro de um pote de sorvete quando tudo terminar como se somente aquele cara ou alguém fosse capaz de te fazer feliz. Não podemos ser felizes sozinhos?










"Eu só errei quando juntei minha alma a sua, o sol não pode viver perto da lua"

Nelson Cavaquinho/Alcides Caminha/Guilherme de Brito

domingo, 17 de outubro de 2010

Ócio

      Ontem na aula de informática comecei a montar um blog, não só para difundir o projeto, mas tinha a idéia de faze-los interagir comigo e com os colegas. Como tudo tem que partir de algum lugar, pedi para pesquisarem a respeito de blog, eu mesma fiz uma pesquisa mais aprofundada a respeito do uso, e a conclusão que se chega, é que a maioria é utilizada como diário. Mas por quê? Será que temos a necessidade de escrever sobre a nossa vida? já não reclamamos dela o suficiente para as pessoas que convivemos? 
       Pois é, eu digo sim, mas também tenho um blog e também reclamo da minha vida nele. Há tem tanta porcaria na internet com conteúdo que ainda por cima faz mal para a sociedade, eu só estou escrevendo bobagens, que vida interessante a minha...
      Na real é a minha falta de talento, não sei cantar, não sei dançar, não sei atuar, não sou popular, não sou aventureira, não sou uma boa profissional da informação..... hahahahah
Depois de pedir demissão e não ter emprego em vista, me sinto cada vez mais curtindo um ócio criativo, que vidinha né, só me sinto realizada quando estou fazendo coisas não remuneradas. 
     É foda, eu não consigo absorver essa idéia que vendem, "dinheiro traz felicidade"... Nos prostituimos por dinheiro. Vendemos 4, 6, 8 horas diárias de conhecimento / mão de obra, executando atividades que na maioria das vezes são as que nos dão grana, mas não nos fazem felizes.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Livros

Livros (Caetano Veloso)
Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou  o que é muito pior  por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Dedico

     Embora compreenda as controvérsias do 20 de setembro, não posso deixar de ser bairrista, isto está intrínseco na minha cultura de CTG. Sem entrar nos níveis ideológicos e factuais da história, exalto apenas o que tem de mais lindo nessa cultura, que contem influencias das mais diversas culturas, mas que particularmente define uma paisagem sem igual do o campo e a lida do vivente gaúcho.

Inesquecível poema de Dimas Costa, declamado por Kleber Viana.



TODO MUNDO...MENOS EU

Chegou um dia no pago,
mui perfumada e faceira.
Morena, meiga, trigueira,
mais linda do que uma flor.
Prenda dessas que ao vê-la,
por mais taura que se seja,
até a alma fraqueja
e mata a gente de amor!

Foi um Deus-nos-acuda!
A indiada se alvorotou!
E até um velho que a olhou
de amores enlouqueceu!
Todo mundo andava louco
e o seu amor implorava!
Todo mundo a disputava...
todo mundo...menos eu!

Quando ela passava, catita,
num meneio encantador,
o índio mais peleador
gemia de amor contido!
E se ela dava-lhe um riso,
aquele nunca esquecia
e a todo mundo dizia
que estava de amor perdido!

Perdidos viviam todos,
por tal amor brejeiro.
Cada qual era o primeiro
a querer um riso seu!
E as vezes, por desconfiança,
muito índio se atracava!
E todo mundo peleava,
todo mundo...menos eu!

Era uma flor atrevida
capaz de matar de amor!
Seu olhar tinha um ardor
que queimava o coração!
Por mais duro que se fosse
ao vê-la a gente tremia.
E todo o pago curtia
as dores duma paixão!

Se acaso ia num baile,
havia, certo, peleia.
E quanta pendenga feia!
E quanto cuera morreu!
Pois na hora de uma dança
a indiada se atropelava
e todo mundo a requestava,
todo mundo...menos eu!

Uma vez o patrão da estância
a levou para um ranchito.
Mas nunca viveu solito
pois em grande romaria;
gaúchos, velhos e moços,
não contendo os seus amores,
lá iam levar-lhe flores
e outros mimos, todo dia!

Enfeitavam aquele pouso
com ramos verdes plantados,
como brindes, disfarçados,
ao novo lar que nasceu.
Mas em verdade, queriam
vê-la cada vez mais bela!
E todo mundo era dela,
todo mundo...menos eu!

E assim, gozando venturas,
rainha, dona de tudo,
aquele olhar de veludo,
trouxe a tristeza pra o pago...
Tristeza, talvez ventura,
pois até valia a pena
sofrer por essa morena
na esperança dum afago!

Um dia, porém, a diaba,
se alçou assim, num repente.
Ah! Meu Deus! Aquela gente
parece que enlouqueceu!
Muito índio se matou
de tanto, tanto que amava!
E todo mundo chorava,
todo mundo...menos eu!

Mas o tempo, esse tirano
que destrói até a memória,
foi apagando na história
aquele causo de amor.
Voltou a paz no rincão,
o riso de novo impera
e no rancho, hoje tapera,
ninguém mais planta uma flor!

Seu vulto, não mais recordam.
E dele, ninguém mais fala.
Se alguém lembra, logo se cala
mostrando que já a esqueceu.
Pois a linda flor trigueira,
que eu nunca vira tão bela,
todo mundo esqueceu dela,
todo mundo...menos eu!



Dica: Página do gaúcho. Poemas declamados. http://www.paginadogaucho.com.br/pdec/index.htm

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Inconvenientes

Quem nunca teve um vizinho inonveniente, pois é, eu já fui, mais de uma vez inconveniente, não só com os meus vizinhos mas com os dos outros.
Quando eu era piá, tinha mania de tocar a campainha dos vizinhos e sair correndo. Quando tinha que levantar cedo colocava o rádio pra despertar, é o rádio - o celular veio muito tempo depois – no volume máximo na jovem pam (to ficando velha). Enfim, hoje, morando em um AP deixo cair prendedores e calcinhas molhadas em cima do telhado da vizinha e quando me da “aloka” fico cantando pela casa. Mas tudo isso eu faço antes do horário de silêncio, que aqui no meu prédio é às 23 horas. Ótimo né, mas eu acho que ninguém falou isso pro meu vizinho, ou ele tem deficiência visual e por isso não leu os avisos espalhados em todos os andares do prédio. Tá, mas a minha indignação é devido o fato dele “transar”, “furunfar”, “fazer amor”, “trepar”, como queira, às 2 da manhã!! PQP!!!!
Será que ele não imagina que a vizinha dele precisa dormir?? Poxa vida, sou totalmente a favor do sexo, adoro por sinal, a minha reclamação não é um recalque, mas sim um apelo! Não quero que ele pare de fazer sexo, só que troque de cama, não custa né? Alias custa, 12x R$40,42 sem Juros + Frete Grátis nas Lojas KD. Mas mesmo assim!
Será que ele não fica constrangido quando me encontra no corredor? O cara ainda por cima é um coelho e bate cartão, eu nunca vi ter hora pra transar!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tomou teu remedinho hoje?

Desculpem mas NÃO!!!!

Não tomei e nem vou tomar. 

Pois é, falando de personalidade, isso é uma coisa que me incomoda bastante.Qualquer coisa que foge da normalidade é tratada como uma doença ou demência ou distúrbio. E ai o que se faz? Dúvidas? Remédio nele. Pronto, seus problemas acabaram. É bem isso, "SEUS" problemas, o da sociedade ao redor que te define por cada atitude "despadronizada" e momentânea  que se tenha.

Mas e a pessoa? o "EU" que praticou a ação, alguém já perguntou pra ele se esta tudo bem? 
Um exemplo bem claro e recorrente é o fato das pessoas só perguntarem pra ti se esta tudo bem por que tu resolveu colocar uma frase de impacto no teu gtalk ou no teu msn, se não colocar nada, também não estão nem ai. Pois bem, ai tu responde meio atravessado e já é motivo de grandes ofensas. Ha, se fuder! 
Tem pessoas que se acordam "viradas" e outras que nasceram "viradas", talvez eu seja assim, ou esteja assim.

Falar o que se pensa de fato, é encarado de forma tão ruim pra quem houve, até ofensivo, que seja. Mas se espera ouvir o que quer, então, faz uma gravação, pergunta pra mãe, pro namorado, sei lá.

Além das tarjas pretas existem outras coisas que podem ser feitas, mas que tal assumir "Essa / esse sou eu e ponto". Não estamos aqui para agradar os outros, não poupo críticas. Não me finjo de boazinha, purinha, simpatiquinha, poderia, mas não quero ser assim pra depois  molhar os  travesseiros de lágrimas que escondi durante o dia.

Não gostou? Lamento, mas remedinhos comigo, não mais!!!







quarta-feira, 11 de agosto de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Suicídio de Baiano

Infelizmente eu não sei dar uma de turista deslumbrada. Adoro viajar e principalmente se for pra vim pra Bahia. Aqui me sinto em casa, "Baiúcha"como já me apelidaram. Antes de vim pra cá, me finava com as piadas de baiano...


Tá, até eles fazem piada. O mal não é rir da piada, mas pensar que é verdade. Acreditar que baiano é preguiçoso equivale ao pensamento de que não existem negros no Rio Grande do Sul, por exemplo... Mas o fato é que tenho observado um enorme contraste, não só aqui em Porto Seguro, mas também em Salvador, das maravilhas naturais e da extrema miséria.
Vi, que muitos baianos trabalham em plantações, serviços públicos, mas principalmente na rede de comércio voltado ao turismo da região.
Passei por uma turma de formandos do 2º grau, e ouvi um deles falando: "Peguei minha carteira de trabalho hoje". Na mesma hora me veio aquele "putz!" Qual é o futuro dessas criaturas aqui?
Imagina a quantidade de faculdades inúteis pra essa enorme limitação de emprego. Bah, na mesma hora bate uma depressão, pensar que a Bahia com todas as suas riquezas foi o primeiro lugar a ser explorado e assim vai ser para sempre. Aqui o povo está sempre a serviço de alguém, não importa a hora, a urgência da causa, eles estão aqui pra lhe servir!
A que preço? E os sonhos? e os seus quereres?
Não dá pra ser hipócrita a ponto de pensar que aquele jovem da carteira de trabalho tem o sonho de trabalhar no comércio, ou em uma rede de hotelaria para servir turista.
Ai que me indigno com esse bando de turista, que sai do Sul, Sudeste, Centro-oeste e vem pro Nordeste tirar onda do baiano.
Vocês já viram baiano tirando férias?
Aqui no hotel por exemplo, fiz amizade com o pessoal da copa. Eu acordo em torno de 7:30, eles já estão lindinhos, engomadinhos com o uniforme do hotel servindo o meu café com um sorrisão no rosto. Quando volto ao quarto, ele já foi limpo, roupa de cama trocada, tudo nos conformes. Faço meus passeios e quando volto a água da piscina já foi trocada, o restaurante já esta pronto pra servir a janta. Todas as noites sento aqui na espreguiçadeira para entrar na rede, as 23h vou pro quarto com os olhos caídos de sono, de passar o dia curtindo o ócio e eles continuam alí lindinhos, engomadinhos com o uniforme do hotel e com um sorrisão no rosto. A realidade da Bahia não se resume a isso, não entrarei em detalhes, mas a prostituição infantil, o uso de crack, pequenos vendedores ambulantes (crianças) são a coisa mais comum de se ver por essas bandas.
Em época de eleição, aqui tu não encontra uma pessoa falando de política, nenhum panfleto, banner comício, NADA!
De onde poderia haver uma mudança, uma transformação para a melhoria da situação, tu não vê nem o santinho!

domingo, 1 de agosto de 2010

Bermuda e Regata

Alforriada do frio de 5º do Sul, sábado dormi de meias de lã, hoje, bom hoje já que estou em Porto Seguro, descobrimento, índios.... Hoje dormi como Eva.

Tá, de férias com a minha mãe, sou uma perfeita acompanhante, tiro fotos, seguro o coco, faço a agenda do dia, check-in... só não abro a carteira, a minha é claro! Até segurei a maozinha dela quando pegamos uma área de instabilidade. "Foi por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez na tua mão". Estou adorando tudo, a comida (bendito restaurante com comida para nativos do sul), a água quente do chuveiro, o clima de 30º. Até arrumei um namorado... olhá ele ai, a mãe aprovou pelo visto...




Brincadeiras a parte, mas eu sempre acho um fã, desse naipe é claro!
Bom, minha parceira morreu depois do passeio no Centro Histórico, eu ainda fui pra piscina e fiz o RP com todas as pessoas de not no hotel, não estava conseguindo conectar, mas acabei por conta própria solucionando o problema e depois instruindo os demais, não esqueçam que turista tem que andar de colete contra facada aqui, tudo é caro! muuuuito caro, ainda mais em cidades onde a renda é obtida com o turismo, como é o caso de Porto Seguro, renda de 70% vem do turismo. Nessa função ainda consegui 2 descontos pra um passeio amanhã pra Trancoso e Arraial d'ajuda. Hoje pra noite a passarela do álcool é uma opção, a outra é a cama. Afinal, estou de férias e amanhã tem passeio as 8h.

Marcelo

Procura-se!

Procura-se
um Paulista
Mas não é qualquer um
Ele tem um sotaque peculiar aos ouvidos de uma gaúcha
Tem um olhar instigante e inebriado
Trouxe de volta o "tum-tum" no coração da morena
Mas deixou saudades...

Saudades de não recordar
De um sentimento não registrado
Aconteceu?

Se encontrares
Diga que não o esqueci
Talvez jamais o veja novamente
Mas que saibas
Não há lonjura nem tempo ruim que perpasse a eternidade
Para um sentimento que não foi,não é e nem tanto será
Efemero

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Abril


De onde saiu o choro tímido, nasceu a poesia, a música, a saudade.
Exatamente nessa ordem.
Foi tudo muito loco, não deu tempo de pensar, quando vi, foi.
Do banco pra mensagem,
da mensagem pro e-mail,
do e-mail pro telefone.
Imagem... imagens...
Voz entrecortada.
Paulista.
Gaúcha.
"Guinga"... "beija eu"... "almas em chamas"... "Soledad"... "Futuros amantes"...
Gol.
Webjet.



"Te vi, te vi, te vi... yo no buscaba nadie y te vi."
Fito Paez - Un Vestido Y Un Amor (Te Vi)



terça-feira, 27 de julho de 2010

Do diário ao arquivista mala

O inverno chegou no sul. E eu que pensei que depois da operação nas amígdalas não teria mais dor, psi... doce ilusão... passo a pastilha e paracetamol. Fora que não arredo o pé de casa, resultado: a saia que comprei a 15 ou 30 dias (adoro que to sempre perdida no tempo), não serve mais!! O pior é que não tenho ânimo nenhum, pra fazer exercício e menos ainda de fechar a boca. As férias da faculdade terminam dia 9, e eu trabalho 8h por dia essa semana, porque graças a deus arrumaram uma criatura pra ficar no meu lugar.
Eu sempre deixo para colocar o título da postagem depois que já escrevi o texto. Logo, a de hoje vai ser necessariamente "meu querido diário".

Eu sempre falo mal das pessoas que colocam nas redes até o que querem comer, o que estão fazendo naquele exato momento, e hoje estou fazendo a mesma coisa. Na real, esse guri que está trabalhando aqui está tirando a privacidade dos meus pensamentos. Ele fica cantando as músicas que coloco, tudo ele sabe cantar, tudo ele já viu aff. Assim eu não consigo produzir, e o pior de tudo é que escrachadamente eu não trabalho mais mesmo, agora já declarei a minha internet. Normalmente as minhas postagens são de coisas sutis que ouço ou vejo, mas no momento não to tendo tempo para me ater nos pensamentos, não ta rolando fazer uma ligação entre os acontecimentos, quando eu acho que vai fluir alguma coisa, ele me pergunta, "onde arquivo o balanço?" "Vamos excluir esse dado do sistema?" Aja paciência! Agora acho que o nome do post vai ser "o mala do arquivo". Tá, vai passar... Segunda estarei bem longe, no calor... Tudo vai mudar de figura.

Eu queria ter escrito alguma coisa relacionada ao Show do Drexler, que fui no domingo... Trouxe a tona sentimentos em mim. Foi muito lindo, valeu muito a pena ficar 5 horas na fila. Mas não vou escrever sobre isso, deixo uma música que ele tocou como recordação.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Acasos

Do trajeto de casa para o trabalho comecei a observar coisas que pareciam engraçadas, mas que depois me fizeram pensar nos acontecimentos ao acaso.
Vi um casal, um era "gordo" e o outro "magro", bem magro. Vi uma mãe brincando com o seu filho de colo. Vi um homem que parou na rua e largou o copo no muro para atender o telefone. Depois disso tropiquei e quase cai na poça d'água, certamente isso foi engraçado para alguém que também estava observando as coisas como eu estava. Pode ser viagem minha, mas faço aquela rota a 3 anos, imagina se eu registrasse em um livro, ou através de imagens essas cenas "comuns" do dia a dia, será que seria interessante? Bom talvez remetesse até a o momento da minha vida quando presenciei o fato. Quando cheguei na perereca, (já expliquei em algum post o significado dessa expressão), fiquei pensando no trajeto daquelas pessoas, no planejamento delas pra chegar até ali onde eu estava. Será que estavam indo trabalhar? saindo da casa da namorada, indo comprar maconha? Será que estavam felizes ou tristes? Com grana ou sem. Será que também já pensaram na mesma coisa que eu? Será que nos conhecíamos de algum outro lugar... Já ouvi dizer, não sei se é bem assim a história, mas que todas as pessoas no mundo se conhecem através de algum amigo em comum até o quinto grau. Tipo aquela história, ou melhor a minha. Eu moro com a prima de uma ex colega minha de trabalho, que por coincidência ou não era uma das melhores amigas de uma colega minha da faculdade que tmb é super minha amiga. Qual seria a probabilidade disso acontecer, se uma apresentasse a outra, ou sei lá, foi o acaso. Depois que isso aconteceu, comecei a achar super pertinente essa história que ouvi, e como as coisas que acontecem ao acaso são muito melhores do que aquelas que agente tem alguma expectativa. Em abril tmb estava com "nojinho" dos homens, e não é que totalmente desinteressada conheci um que mudou tudo. Agora que me perdi total no assunto, fiquei rateando... porque estou escrevendo isso? tá, alguém vai responder que "no atual mundo da era tecnológica, as pessoas não prestam mais atenção umas nas outras" blá blá... Mas na real, eu acho que isso acontece e bastante, mas não é um fato "importante" para compartilhar. Imagina se eu chegasse na recepcionista e falasse: "olha Mich, vindo pra cá hoje, observei um casal, um era "gordo" e o outro "magro", uma mãe brincando com o seu filho de colo, um homem que parou na rua e largou o copo no muro para atender o telefone. Depois disso tropiquei e quase cai na poça d'água." Ela ia falar, mas e ai? o que eu tenho a ver com isso? ou o que aconteceu depois.... Ou seja, não há um propósito em contar isso a alguém. Mas enfim, contei agora... azar.